O estudante Alison dos Santos Rodrigues, de Cerqueira César, que teve a vaga de cotista negada pela Universidade de São Paulo (USP) por não ser considerado pardo pela banca julgadora começa a frequentar o curso de Medicina da universidade nesta terça-feira, dia 9 de abril.
A Justiça havia determinado um prazo para que a instituição efetivasse a matrícula do estudante, sob pena de multa de R$ 500 por dia. Ao g1, Alisson contou que está muito feliz e ansioso para iniciar as aulas. “Ajudar as pessoas sempre foi meu sonho e agora que isso vai acontecer me sinto cada vez mais completo”.
O jovem estudante disse ainda que vai aproveitar cada segundo. “Não existem palavras para representar o que estou sentindo de verdade, estou muito alegre por essa conquista, eu e minha família”, completa.
A universidade chegou a justificar a negativa da matrícula alegando que o estudante não possui o conjunto de características fenotípicas de uma pessoa negra. A universidade foi convocada pelo TJ-SP a prestar esclarecimentos no processo que o estudante, de 18 anos, que se autodeclara como pardo, move para tentar efetivar a matrícula com base na lei de cotas.
RELEMBRE O CASO – Alison foi aprovado na primeira chamada do Provão Paulista no curso de medicina, porém, teve a matrícula cancelada após uma banca julgadora não o considerar como pardo. Ele recebeu a notícia em seu primeiro dia de aula, em 26 de fevereiro. Desde então, ele não acompanha as aulas.
A universidade teve o prazo de cinco dias úteis para apresentar a justificativa do cancelamento da matrícula ao recurso administrativo apresentado pelo Alison ao Conselho de Inclusão e Pertencimento. O processo correu pela 2ª vara da Justiça em Cerqueira César.
Ao g1, Alison contou que sempre se autodeclarou como pessoa parda. “Tive o desprazer de saber da notícia que eu não fui aprovado, mesmo me identificando formalmente como pardo. E tudo aquilo que aconteceu me deixou sem chão, parece que o mundo acabou porque foi algo muito difícil de conquistar.”
Fonte: G1