A cidade de Manduri foi palco de uma grave denúncia nas redes sociais, levantada pela munícipe Milena Mainardes, que detalhou a experiência traumática de sua família após o atendimento de emergência de sua mãe no Pronto Atendimento Municipal no dia 30 de outubro. A paciente, que procurou ajuda com fortes dores no peito, teve seu quadro de infarto agudo inicialmente diagnosticado como uma crise de ansiedade, conforme o relato de Milena.
Segundo a postagem, ao chegar ao Pronto Socorro, a mãe de Milena foi atendida por uma médica que solicitou um eletrocardiograma (ECG). A profissional medicou a paciente com Clonazepam, alegando que o ECG não havia dado alterações, e diagnosticou a condição como ansiedade, impedindo que os familiares acompanhassem os procedimentos.
Milena descreve o tratamento como de extrema indiferença e ignorância, citando que a médica questionou rispidamente a paciente: “Mas você não falou que estava melhorando”, enquanto a mulher se contorcia de dor. O drama se agravou quando a médica deixou o consultório para acompanhar outra urgência até Avaré, deixando a família em desespero, com a mãe “se remoendo de dor e falando que estava morrendo”.
A família agiu por conta própria, retirando a paciente e a levando imediatamente para o hospital da cidade de Óleo, onde, segundo Milena, foram recebidos por “anjos da saúde” que agiram com amor e rapidez. Lá, a paciente foi atendida com a devida urgência, e foi confirmado o diagnóstico de um infarto muito forte.
Durante o encaminhamento pelo SAMU para Bernardino de Campos, a paciente desfaleceu e precisou ser reanimada com choque, um “milagre” que evitou o pior, segundo a filha. Atualmente, a mãe de Milena encontra-se internada em UTI em Ourinhos e seu estado é grave. A filha questiona publicamente o que teria acontecido se tivessem permanecido “10 minutos a mais” no hospital de Manduri.
Milena relata ainda que, ao retornar ao Pronto Atendimento de Manduri, às 17h30, para pegar o ECG, houve resistência em entregar o documento. Ao confrontar a médica responsável, esta teria justificado o mau atendimento alegando que estava socorrendo um homem vomitando sangue. A munícipe questiona a conduta: “se chegar duas pessoas morrendo uma morre?”. O eletro, que a médica de Manduri disse ter sido inconclusivo, foi levado ao médico em Ourinhos, que confirmou que a paciente já estava infartando no momento da realização do exame.
NOTA DA PREFEITURA – Em resposta à repercussão, a Prefeitura Municipal de Manduri emitiu uma Nota de Esclarecimento, neste domingo (2), informando a abertura de um processo administrativo para apuração rigorosa dos fatos.
A Administração Municipal manifestou solidariedade à paciente e à sua família e reafirmou seu compromisso com a ética, o respeito e a humanização no atendimento, reforçando que não compactua com condutas inadequadas de seus profissionais e que buscará o aprimoramento contínuo dos serviços de saúde.






