Um homem negro condenado a mais de 170 anos de prisão foi inocentado no último dia 14, pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), depois de ter ficado mais de 12 anos preso por estupros contra mulheres ocorridos na Grande São Paulo entre os anos de 2010 e 2012.
Carlos Edmilson da Silva foi libertado após um exame de DNA provar sua inocência. A Superintendência da Polícia Técnico-Científica, em colaboração com o Innocence Project Brasil, uma organização dedicada a reverter erros judiciários, foi fundamental para anular a condenação.
Carlos, um jardineiro que tinha 24 anos na época de sua prisão, em 2012, foi acusado de abusar de dez mulheres em Barueri, na Grande São Paulo. Apesar de sempre ter negado os crimes, ele foi identificado pelas vítimas através de fotos.
Na última sexta-feira (17), Carlos, agora com 36 anos, deixou a Penitenciária de Itaí, na região sudoeste de SP, e foi recebido por sua mãe, Ana Maria da Silva. “Eles não acreditaram na minha palavra, mas Deus sabe o que faz”, disse ele, emocionado.
A ação contou com o apoio do Ministério Público, que pediu para comparar exames de DNA de sêmens encontrados nas vítimas de estupro, coletados quando elas foram atendidas em unidades hospitalares, com o material genético do homem que estava preso. O resultado da análise descartou Carlos como autor dos crimes.
Verdadeiro autor dos crimes
Coincidentemente, o verdadeiro estuprador das dez mulheres está preso na mesma Penitenciária de Itaí, onde Carlos ficou preso nos últimos anos.
O abusador foi identificado pelo Núcleo de Biologia e Bioquímica do Instituto de Criminalística (IC) como José Reginaldo dos Santos Neres.
José Reginaldo é também um homem negro, atualmente está com 34 anos e cumpre pena por roubos. O material genético dele foi encontrado em cinco das dez vítimas. As outras cinco vítimas não fizeram exame sexológico.